Das Características Abaixo Assinale A Que Não Pertence Ao Realismo

O Realismo, como movimento literário e artístico que floresceu na segunda metade do século XIX, buscou representar a realidade de forma objetiva e imparcial, em contraposição ao Romantismo idealizador. A análise crítica das características intrínsecas ao Realismo permite uma compreensão mais profunda de seus princípios estéticos e ideológicos, bem como a identificação de elementos que, por sua natureza, se distanciam dessa corrente. O presente artigo tem como objetivo elucidar os traços definidores do Realismo e, consequentemente, auxiliar na identificação de características que lhe são incongruentes, promovendo uma análise rigorosa e informada.

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O Compromisso com a Objetividade e a Verossimilhança

O Realismo se caracteriza fundamentalmente pela busca da objetividade e da verossimilhança na representação da realidade. Romancistas realistas, como Machado de Assis e Eça de Queirós, retratavam a sociedade em seus aspectos cotidianos, com suas virtudes e vícios, sem idealizações ou romantizações. A narração se pautava pela descrição minuciosa de ambientes e personagens, buscando criar uma ilusão de realidade para o leitor. A subjetividade do autor era minimizada, priorizando a apresentação factual dos eventos e a análise crítica das relações sociais.

A Crítica Social e a Denúncia das Desigualdades

Uma das marcas registradas do Realismo é a crítica social. As obras realistas frequentemente denunciavam as desigualdades sociais, a hipocrisia da burguesia, a exploração do trabalho e outras injustiças presentes na sociedade da época. Ao invés de se concentrarem em temas grandiosos ou heróicos, os autores realistas voltavam seus olhares para os problemas concretos da vida, buscando conscientizar o público sobre a necessidade de mudanças. Essa postura crítica era um reflexo do contexto histórico, marcado pela ascensão da burguesia e pela crescente conscientização sobre as condições precárias das classes trabalhadoras.

O Determinismo e a Influência do Positivismo

O Realismo foi influenciado pelo determinismo e pelo positivismo, correntes filosóficas que defendiam a ideia de que o comportamento humano é determinado por fatores biológicos, sociais e ambientais. Essa perspectiva se refletia nas obras realistas, onde as personagens eram frequentemente retratadas como produtos de seu meio, moldadas pelas condições em que viviam. O romance realista, portanto, buscava analisar as causas e consequências do comportamento humano, revelando as forças que atuavam sobre os indivíduos e a sociedade. A análise científica da realidade era um dos pilares do pensamento realista.

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A Narrativa em Terceira Pessoa e o Foco no Coletivo

Em geral, a narrativa realista opta pela terceira pessoa, o que permite ao narrador uma visão mais ampla e objetiva dos acontecimentos. O foco narrativo se desloca do indivíduo para o coletivo, buscando retratar a sociedade como um todo, com suas complexidades e contradições. As personagens são analisadas em suas relações com o ambiente social, e suas ações são interpretadas à luz das forças que atuam sobre elas. A individualidade, embora presente, é vista como um reflexo das condições sociais.

A idealização do amor e da natureza, comum no Romantismo, é uma característica que se distancia do Realismo. O Realismo, ao contrário, apresenta o amor em suas nuances complexas e problemáticas, e a natureza como um ambiente hostil e implacável, desprovido de sentimentalismo.

A subjetividade, no Realismo, é minimizada em favor da objetividade. Embora as personagens possuam sentimentos e emoções, estes são apresentados de forma a ilustrar a realidade social e psicológica em que se inserem, sem idealizações ou exaltações dramáticas.

Embora compartilhe com o jornalismo o compromisso com a representação da realidade, o Realismo vai além da simples descrição factual dos eventos. A literatura realista busca aprofundar a análise da sociedade, revelando as causas e consequências dos fenômenos sociais, e utilizando recursos literários para criar uma experiência estética significativa.

A pesquisa era fundamental para os autores realistas, que buscavam embasamento factual para suas obras. A coleta de dados sobre a sociedade, a observação dos costumes e a análise das condições de vida das pessoas eram etapas importantes do processo de criação literária realista, garantindo a verossimilhança e a precisão da representação.

Embora não seja impossível, um final feliz seria raro em uma obra realista. O Realismo tende a apresentar desfechos que refletem a complexidade e as dificuldades da vida, sem idealizações ou soluções simplistas. Frequentemente, as obras realistas terminam com a constatação da persistência dos problemas sociais e da fragilidade da condição humana.

A Revolução Industrial, com suas profundas transformações sociais e econômicas, foi um dos fatores que impulsionaram o surgimento do Realismo. O crescimento das cidades, a exploração do trabalho, a ascensão da burguesia e a crescente desigualdade social criaram um cenário propício para o surgimento de uma literatura crítica e engajada, que buscava retratar a realidade em sua complexidade e brutalidade.

Em suma, a compreensão das características definidoras do Realismo permite identificar elementos que se opõem a essa corrente literária, tais como a idealização, o sentimentalismo exacerbado, a fuga da realidade e o foco exclusivo no individual. A análise crítica das obras realistas, à luz de seus princípios estéticos e ideológicos, contribui para uma apreciação mais profunda da literatura e para uma reflexão sobre a sociedade e a condição humana. A investigação sobre o Realismo permanece relevante, oferecendo ferramentas para a compreensão das dinâmicas sociais e a análise crítica do presente.